Vallaki part 01 - The Festival of The Blazing Bones

5º Sessão - 15/01/19

É dia, ou o mais perto disso que pode se chegar em Barovia. A velha estrada Svalich serpenteia em um vale rodeado por montanhas escuras para o norte e para o sul. A estrada enlameada termina e se alarga a frente de nossos heróis revelando um portão de ferro resistente, flanqueado por uma paliçada de mais ou menos três metros de altura.




A frente e aos lados, como se estivessem guardando a passagem para dentro da cidade de Vallaki, cabeças de lobos gigantes espetadas em estacas. A neblina finalmente dava uma trégua, a chuva não. E o nevoeiro denso e rasteiro, que perdurou durante toda a viagem do velho moinho queimado até aqui, agora parece se jogar contra a paliçada como se quisesse entrar mas não tivesse sido propriamente convidado.




- Alto! Quem vem lá?  - perguntou uma voz grave vinda de dentro da cidade. - Identifiquem-se!

O grupo, ao se aproximar, enxerga dois guardas de aparência sombria com meia armaduras e lanças compridas o suficiente para serem estocadas através das barras de ferro do portão. Balder percebe também um cartaz que esta fixado perto da entrada.



O guarda então pergunta:

- Quem vem lá?
Balder se adianta ao grupo e responde, altivo.

- Os Arautos da Luz, filhos de Bahamut e Lathander.

O guarda, confuso, questiona-os novamente.

- E por qual motivo estão vindo à Vallaki?

Balder, sem querer dizer o real motivo, reluta em responder, mas, para sua sorte, há uma nova pergunta.

- Vieram pelo festival?

Aí estava sua chance de responder, mas se fosse uma afirmação, seria um ato de enganação, mentira, uma falsidade. Todos atos nefastos perante seu Deus.

- Com certeza apreciaríamos um bom festival. - Disse Balder, uma verdade sem ter respondido à pergunta e nem revelado o real motivo. Sua tentativa de não revelar o porquê do grupo estar na cidade foi, porém, estilhaçada pelas próximas palavras de John.

- E também estamos em viagem diplomática - adicionou John - viajamos com Ireena Kolyanovich, filha do Burgomaster da Vila de Barovia.

Os guardas cochicham alguma coisa. Um deles se retira. O guarda restante garante a passagem do grupo e aponta a  direção da Blue Water Inn, a única estalagem da cidade.

Eles seguem na direção oeste através das poças da rua de chão batido. Alguns metros a frente, a esquerda do grupo, um grande pátio com vários galpões trancados em sua periferia e com um armazém espaçoso ao lado direito. Uma placa de madeira anuncia: Arasek Stockyard. (Pátio do Arasek)

Estacionada no extremo sul do pátio uma robusta "carroça de diversões" com sua pintura vibrante já descascando. Em letras coloridas desbotadas é possível se ler "Carnaval das Maravilhas de Rictavio". Um cadeado pesado e correntes seguram a porta dos fundos.



Eles continuam pelo caminho indicado pelo guarda e confirmam o que haviam vislumbrado na estrada. Vallaki é uma cidade relativamente grande, pela quantidades de acessos e casas,é possível estimar que pelo menos umas 1500 pessoas residem no local.


Um pouco mais a frente eles chegam ao que parece ser a praça central do local. As lojas e casas que cercam esta praça estão decoradas com guirlandas esfarrapadas, caixas de madeiras com cores desbotadas e cheias de pequenas flores mortas dentro. No lado norte da praça um grupo de pessoas enfileiradas, homens, mulheres e crianças  presas a estoques , usando roupas grosseiras e chapéus de de burro.

No centro da praça os camponeses com roupas e cabelos desgrenhados olham para o time com desconfiança enquanto enchem vasilhas e baldes de um fonte de pedras em ruínas. No centro da fonte uma estátua cinza de um homem impressionante que está voltado para o oeste. Por todo o lugar aos arredores da praça é possível ver cartazes proclamando:


Vem um, vem todos,
para a maior festa do ano:
O JAMBOREE DA CABEÇA DO LOBO!
Presença e filhos necessários.
Lanças serão fornecidas.
TUDO FICARÁ BEM!
-O Barão-



Rasgados e apodrecidos pela humidade constante e o tempo eles agora são removidos por um grupo de guardas que agora colocam novos cartazes que "convidam" para O Festival do Sol Flamejante:

Vem um, vem todos,
para a maior festa do ano:
O FESTIVAL DO SOL FLAMEJANTE!
Presença e filhos necessários.
Faça Chuva ou Faça Sol.
TUDO FICARÁ BEM!
-O Barão-


O grupo se aproxima dos guardas para conversar e descobrem que as pessoas estão presas aos estoques pois falaram mal dos festivais, ou criaram rumores sobre os verdadeiros motivos para tal, ou então fofocaram que tudo não ficará bem com estes "estúpidos festivais" como o Barão Vargas diz que irá ficar. O grupo também fica sabendo que o festival do sol ocorrerá em 3 dias.

Seguindo sua jornada os heróis avistam, do outro lado da praça, fumaça cinzenta saindo de uma grande chaminé de um edifício de madeira de dois andares e com fundação de pedra. No telhado, de telhas de barro, uma grande quantidade de corvos se empoleiram. Uma placa de madeira está pendurada logo acima da entrada principal da estalagem e retrata uma cachoeira azul.






Mantos úmidos pendem de cabides no pórtico da entrada. A taberna é apertada, com mesas e cadeiras formando um caminho sinuoso entre elas. Um bar se estende ao longo de uma parede, embaixo de um mezanino, que pode ser alcançado pela escada de madeira que abraça a parede norte. Outro mezanino mostra uma entrada para oeste. Todas as janelas persianas estão equipadas com grossas barras transversais. Lanternas penduradas acima do bar e também nas mesas produzem uma iluminação laranja opaca e as sombras são projetadas nas paredes que, em sua maioria, estão adornadas com cabeças de lobos montadas em placas de madeira.


Lá dentro, umas seis pessoas pálidas com roupas rotas e acinzentadas bebem ou comem. Uma dupla de homens se destaca da maioria. les vestem casacos de pele de lobos.

Se revezam cuidando da cozinha e do salão, um homem e uma mulher, Urwin e Danika. No mesanino acima do bar dois garotos jogam caroços de algumas frutas em Chi'Lin, provacando o tiefling de uma  maneira amistosa e brincalhona.

Eles sentam e pedem costela de lobo assada e um jarro do vinho de melhor qualidade da casa. Chi'lin então se dirige a todos e fala:

- Caros amigos - o simpático demônio começa - existe  coisas que precisamos conversar antes de seguirmos. Nossa batalha contra as malditas bruxas me clareou a mente e apertou meu coração. Sinto que nosso destino nos trouxe até este lugar para realizarmos muito mais do que apenas um serviço de proteção. Forças maiores do que nós nos guiam, e por mais que estejamos indo bem... sinto que a alma daquela criança que não salvamos no moinho irá para sempre atormentar meus sonhos. Não podemos deixar algo assim acontecer de novo.

- Aqui está o seu vinhos senhores. - diz Danika

Após encherem os copos, o tiefling toma um gole e continua

- Entendo que nossa missão é livrar RAVENLOFT de todo mal. Enfraquecer Strahd caçando seus seguidores, nos tornaremos verdadeiros Witch Hunters para que os inocentes parem de sofrer. Mas entendo também que precisamos saber mais sobre quem somos e o que podemos fazer.

 - Mestre John - ele se dirige ao clérigo - sua presença é o sinal claro de que temos uma missão. Nunca conheci um homem em quem os deuses depositassem tanta fé. Você Será aquele que abrirá o caminho para a luz entrar em Ravenoft.  - Os olhos ficam brancos enquanto ele fala e brilham como um trovão amarelo quando termina frase.

- Mestre Flint - diz ao soldado de Waterdeep  - seus olhos e mentes afiados enxergam muito além de alvos, você percebe o que precisa ser feito e não hesita em agir com precisão. Precisamos das habilidades daquele que enxerga além  - Os olhos ficam normais, como os de humanos e quando ele termina as pupilas crescem como um alvo e eles voltam a ser reptilianos.

- Mestre Haemus - dirigindo a palavra ao druida - nunca vi alguém com seus poderes, é impressionante sua ligação com o selvagem. Você conseguirá livrar a natureza do veneno de Strahd e é a garantia de que estamos do lado dos corvos. - os olhos vão ficando verde musgo enquanto ele fala

- Mestre Kunte - se virando para o guerreiro negro maravilhoso - você carrega a força da convicção e direciona seus ataques para destruir o mal não importando as circunstâncias. Você é o homem mais forte e corajoso que já conheci, precisaremos do seu Machado. - olhos brilham em vermelho sangue na última frase

- Mestre Zender - diz focando-se no mago - suas artes místicas possibilitam que derrotemos o mal de formas que ele jamais estará preparado. Você é aquele que torna nossos ataques imprevisíveis. Olhos ficam em chamas púrpuras enquanto fala

- Mestre Balder - por fim se dirigindo ao paladino - você carrega o poder do deus dragão, seus olhos enxergam o mal, seu martelo esmaga as sombras e seu coração sabe o caminho. Nunca conheci alguém tão poderoso. É por sua causa que acredito em vitória na missão. - olhos viram de prata azulada enquanto fala

- Sou um ser amaldiçoado - continua o demônio - nunca soube de meu nascimento ou meus pais, nem mesmo vi alguém como eu... Mas sei que deter Strahd me aproxima de me libertar. A cigana tambem me disse que nasci aqui, e que tenho família aqui, provavelmente um irmão.








Após este discurso de Chi'Lin o grupo brinda a novos desafios e a amizade e começam a conversar sobre suas táticas em batalha. A comida chega e quem a traz é Urwin que, impressionando com o porte doe Küntê, pergunta se o grupo estaria disposto a fazer alguns trabalhos para eles, como por exemplo reabastecer o estoque de vinho e procurar por Bluto, o pescador e cliente frequente da estalagem que não aparece a dias. Eles conversam também sobre a cidade e os festivais e eles descobrem que a família da estalagem não concorda com a realização desses desfiles ridículos. Enquanto conversavam dois adolescentes já embriagados entram atravessados na estalagem e exigem serem atendidos com o melhor vinho. Se atiram em uma mesa lateral e começam a se papagaiar e a gargalhar. Urwin consegue também uma mapa, não muito preciso mas que entregar uma boa perspectiva sobre a cidade e seus caminhos.












O grupo ainda tem a chance de ver pela primeira vez o bardo Rictavio. Ele pega um saco de carnes com Urwin e sai da estalagem.




Logo depois de almoçarem o grupo decide que é melhor levar Ireena o quanto antes para a proteção da Igreja de St Andral. Eles caminham até quase o portão norte da cidade e encontram esta igreja de pedra secular. De campanário abaulado e com paredes cheias de rachaduras, o templo possui janelas ornamentadas com vitrais pintados com cores desgastadas pelos anos onde mostram representações de santos piedosos. Na sacristia e nas paredes, símbolos do senhor da manhã adornam a parte interna do prédio.






Eles encontram um rapaz assustado, perseguindo um gato preto na hora em que adentram ao templo. O rapaz diz se chamar Milovij e some de vista assim que o Padre Lucian aparece, atendendo os seus chamados.





Padre Lucian, com cara de algo muito errado esta acontecendo, alivia sua expressão ao ver que entre o grupo se encontram um servo de Lathander e outro de Bahamut e então os leva para atrás da sacristia e mostra o que esta atormentando a alma do velho padre. Um baú, que teve sua fechadura arrombada caído ao lado de um buraco com terra a pouco removida. Alguém abriu as pedras do piso, cavou, removeu o baú e violou sua fechadura e seu conteúdo. O padre está tão nervoso porque ali eram guardados os ossos do Santo Andral, relíquias de extrema importância pois eram eles que mantinham o solo da igreja consagrado.














- Sem os ossos não há proteção alguma em Vallaki para ninguém. - diz o padre Vallakiano do senhor da manhã.

Com uma breve analise o grupo descobre que foi um anzol de peixe que arrombou a fechadura. Encontram pelos negros de algum animal na cena do crime e descobrem também um fragmento de alguma espécie de bilhete que diz: "antes do banquete"

- Bom, os pelos devem ser do gato da igreja. - diz Flint
- Não temos gatos nesta igreja - responde o padre.
- Como assim? - espanta-se o paladino - Acabamos de ver o Milovij correndo atrás de um gato... - diz Balder.

O padre então revela que o seu ajudante tem estado muito nervoso, irritado e desapontado com os festivais e a maneira de como o Barão administra a cidade. Ele fala que o garoto resmungava sobre como nada fazia sentido, que o "tudo ficará bem" era uma mentira deslavada e que algo precisava mudar. O garoto temia que não poderia proteger seus irmãos menores, orfãos, assim como ele.
Eles debatem e chegam a conclusão de que o garoto é o principal suspeito mas e o anzol?

- Seria de Bluto, o pescador desaparecido que Urwin da taverna mencionou? - pergunta um deles.
- Pode ser apenas coincidência mas, Bluto mora ao lado de Milovij. Será que eles tramaram isto juntos? - se questiona o padre.

- Yeska! Yeska, aonde está você? - grita Lucian.

Alguns segundos depois um garotinho, pequeno e mirrado e aparece. Lucian manda o garoto guiar o grupo até a casa de Milovij. Antes de partirem eles decidem que precisam se dividir. Küntê, Flint e Chi'lin irão atrás de Milovij, enquanto Balder, Haemus, John e Zender retornarão para a estalagem.


O primeiro grupo vai então em direção a uma região mais decadente da cidade. Lá encontram o barraco de Milovij, bem ao lado do barraco de Bluto, facilmente reconhecível pelas redes de pesca e os caniços pendurados no lado de for. Nenhum sinal dos dois. Nada mais que chamasse a atenção dos heróis. O segundo volta para a estalagem, pegam um quarto coletivo e, enquanto Balder,  John
 e Haemus ficam no mesanino cuidando a movimentação do salão lá embaixo, Zender fica no quarto com Ireena.

Enquanto isso a tarde se apressa em passar, a chuva continuando caindo horas mais fraca, horas mais forte.  O vai e vem na Blue Water in continua, aumentando gradativamente conforme as horas avançam em direção a noite.

Na parte norte da cidade, enquanto o grupo investiga os barracos dos suspeitos do roubo dos ossos de St Andral, um guarda se aproxima e pergunta desconfiado:

- O que está acontecendo aqui? Quem são vocês e o que procuram nessas casas?
- Fomos enviados por Padre Lucian para localizar dois desaparecidos, Milovij e Bluto.
- É verdade- diz o pequeno Yeska.  - Padre Lucian me mandou para mostrar o caminho.

Com a visão e o depoimento do garoto a desconfiança do guarda é atenuada.

- Milovij deve estar na volta da igreja onde ele sempre está - diz o guarda. - e Bluto foi para o rio e ainda não retornou. Passou por mim a algumas horas no portão norte, dizendo que dessa vez conseguiria pegar um peixe no lago.

O grupo agradece as informações e vai em direção ao portão norte a passos apertados. Eles correm pois querem evitar estar do lado de fora da cidade quando a noite cair. O caminho até o lago não é muito curto,  eles precisam de 2 horas para ir e para voltar mais ou menos. Então se apressam. Chegando na passagem mais próxima do lago Zarovich o grupo conversa com os guardas que lá estão para assegurarem sua passagem de volta e se jogam no caminho pela floresta. Mais ou menos uma hora depois eles chegam ao lago.

No sopé de uma montanha, aninhado na floresta enevoada e nublada há o grande lago. A água esta perfeitamente parada. Um espelho monstruoso que reflete as nuvens negras que se acumulam a cima.
Ancorados na margem sul 3 pequenos barcos se embalam com calma nas quase nulas ondulações da água. O grupo avista um quarto barco, parado no meio do lago. Um homem com um saco na mão. O saco tem uma forma peculiar e os heróis desconfiam que possa ser uma criança.

- Eu acho que vi um chumaço de cabelo vindo de dentro do saco! - Diz um deles. O homem solta o saco que afunda imediatamente com um esparro na água. O grupo se lançam para um dos barcos parados na margem e começam a remar em direção ao sujeito, deixando Yeska na margem em segurança.

Chegando próximo ao barco Chi'lin se joga na água escura em um mergulho pro fundo. Na escuridão fria do lago ele escuta vozes novamente. Sibilantes elas guiam a tiefling que inacreditavelmente consegue encontram e puxar o saco para a superfície. Com a ajuda dos outros ele consegue colocar a sacola em cima da canoa. Eles rapidamente abrem a sacola e confirmam suas suspeitas. O sujeito tinha mesmo lançado uma criança no lago, uma menininha que, pela aparência e pelas roupas, só pode ser Vistani. Enquanto Flint e Chi'lin fazem os primeiros socorros na guriazinha, Kute pula para o outro barco e começa a dar uma prensa no homem. Ele conta que é Bluto, o pescador desaparecido, e assustado confessa que não sabe o que esta fazendo ali. Diz se lembrar de um sujeito "engomadinho" com ar de nobre, que teria lhe falado algumas coisas e que naquele momento fizeram sentido pra ele. E ele çao conseguia acreditar que tinha jogado uma menininha no lago, e chorava muito.








Eles então seguram o pescador da melhor maneira que conseguem e se apressam para voltar para Vallaki. Ao chegar no portão eles reportam o que aconteceu aos guardas. Os heróis tentam ficar com a custodia do pescador mas são lembrados que em Vallaki existem suas próprias leis e um deles vai chamar Izek, o capitão e chefe da guarda.

A noite começa a se aproximar e a pouca luminosidade do dia chuvoso e nebuloso começa a perder a batalha para as trevas mais uma vez. Na estalagem, os heróis que monitoram o mezanino a algum tmepo já veem novamente o meio elfo com roupas coloridas deixar a taverna com um saco sangrento de carne na mão. Dessa vez Balder vai até a porta que da acesso a escada do lado de fora da Blue Water Inn e flagra Rictavio conversando com um homem com chapéu de bufão e um macaco em seu ombro.





Haemus começa a matutar sobre a ideia de se transformar em um gato e sair a procura do outro bichano, o que eles viram na igreja, para tentar encontrar alguma prova, ou quem sabe o culpado pelo roubo dos ossos sagrados.

Flint, Kunte e Chi'lin interrogam o quanto podem o pescador Bluto enquanto caminham em direção a parte central da cidade mas nada de informações relevantes. Ele diz apenas que um homem com aspecto de nobre o sugeriu alguma coisa e quando ele se deu por conta estava tomando uma dura do guerreiro.

Chegando perto do entrocamento central da cidade Izek aparece com outros guardas a tirar cola. Com cara de poucos amigos e com uma mão abyssal ele avisa que esta levando o pescador em custódia e que o julgamento acontecer assim que a escuridão quebrar na praça de Vallaki. Os heróis tentam explicar que o homem estava sobre algum tipo de encantamento mas o capitão para a subitamente a marcha de volta à cidade e olha para eles resoluto e diz?

- Se quiserem testemunhar, forasteiros, o julgamento será na praça da cidade quando a escuridão fraquejar.




- O Barão decidirá se ele é inocente ou não. - diz o carrancudo e corpulento Izek e retoma o ritmo acelerado dos passos em direção ao centro da cidade.

Desapontados eles seguem para o Inn. A noite já escurece as ruas e os corações dos moradores e poucas pessoas podem ser visas na rua neste momento. Perguntados sobre o paradeiro do ajudante da igreja, os guardas comentaram que acreditam que Milovij estará na igreja pela manhã bem cedo.

- Ele sempre está lá, para onde mais iria? - responde um brutamontes meio desdentado.
Quando o grupo volta do rio eles colocam todos os acontecimentos das últimas horas em dia e notam que Haemus não está lá. Ele se transformou em um gato e saiu pelas ruas tentando encontrar o felino que eles viram na igreja e com alguma (muita) sorte talvez desvendar alguma parte deste enigma. Mas não consegue. Depois de passar a noite por sobre os telhados de Vallaki, investigando perto da igreja e ruas adjacentes, ele não obtêm sucesso em sua busca e retorna para a estalagem.

O time resolve se dividir novamente. Os que estavam no rio irão ao julgamento e os que ficaram no Inn vai atrás de Milovij para maiores informações. Ireena ficará sob a proteção de Zender na estalagem.

Chegando a Igreja o adolescente está varrendo a entrada do templo desgastados pelos anos. Ao ver Balder e John se aproximando o garoto tenta fugir pela lateral da igreja mas não contava com o posicionamento estratégico de Haemus. O druida bloqueia o caminho e o rapaz não tem para onde fugir. Balder chega efusivo:

- Milovij, sabemos que foi você. Agora nos conte aonde estão os ossos!

O Druida então saca uma adaga e coloca no pescoço do rapaz

- Diga, logo, sabemos que foi você!
- Não puxe uma faca na casa do senhor da manhã! - Diz o padre.
- Ele é culpado - insiste o Druida.

Após ser pressionado por um curto período de tempo o garoto quebra e conta a verdade.
Ele disse que foi persuadido a roubar os ossos, e que novos tempos viriam para Vallaki. Tempos sem a opressão e os estúpidos festivais do Barão.

- Os ossos estão com Henrik. O vendedor de caixões. - ele diz.

Neste momento padre Lucian ouve a confissão e o esbofeteia. O padre ficou tão enfurecido que os heróis tiveram que segurar o velho homem.

- Vamos nos reagrupar e ir atrás destes ossos o quanto antes- diz John. E o grupo retorna para a Blue Water Inn.

Na praça da cidade, ao quebrar da escuridão, uma garoa tão fina que mais parece uma nuvem que desaprendeu a voar toma conta do cenário. Diversos cidadães de Vallaki já se aglomeram para ver a justiça ser feita.





No palanque encontra-se uma meia dúzia de guardas, Izek e Bluto, amarrado e ajoelhado.
Pouco tempo depois aparecem marchando com imponência pela rua o Barão e a Baronesa acompanhados dos seus inseparáveis mastiffs.




- Povo de Vallaki - diz o barão. - Estamos aqui nesta manhã agradável para mais uma vez trazer justiça para a nossa segura cidade. Bluto, o pescador, tentou assassinar uma garotinha ontem a tarde. Foi encontrado e capturado por forasteiros - ele diz apontando para os 3 que assistem o discurso da platéia - que tem nossa eterna gratidão pois conseguirão salvar a vida da menina. Bluto confirma que ele estava no rio e que jogou a menina nas águas dentro de um saco e portanto é culpado. A pena é de morte e o método será o enforcamento.

Chi'lin tenta argumentar, falando de magias, encatamentos e sobre a dúvida sincera do grupo sobre a culpa de Bluto nos acontecimentos.

- Ele parecia estar possuído, ou sob o efeito de alguma magica. -  diz o Tiefling.
- Você tem alguma maneira de provar isso que você está falando, estranho? - pergunta raivosamente o Barão. - Você apostaria a sua vida nisso?

Em silêncio a população espera alguma mas resposta mas Chi'lin não tem como provar e então o barão decreta:

- Pela ajuda de vocês em manter a paz e por salvar esta vida em minha Vallaki, vocês tem o meu favor e são meus convidados para um almoço hoje em minha mansão. Eu espero, é claro, a presença de Irenna de Barovia. Tenho certeza que meu filho ficará encantado em conhecê-la e ela sera nossa convidada de honra para o festival. Assim como vocês, é claro.

Com um gesto rápido com a mão ele acena para os guardas que começa a passar a corda no pescoço de Bluto e a preparar o alçapão.

- Esta é a sua última chance de nos dizer a verdade e morrer com o espírito tranquilo. - diz Chi'lin através de uma mensagem magica que apenas Blut pode ouvir.
- Eu sou inocente, - disse o humilde pescador com lágrimas nos olhos - eu sou inocen...

KLUNGH!

Com o ruído do alçapão abrindo e um estampido grave da corda sendo esticada de supetão é possível ouvir os ossos do pescoço de Bluto desnucar. O pescador que jurou inocência em suas últimas palavras está morto. O povo de Vallaki começa então a esvaziar a praça. Mais um dia em Vallaki. Um homem esguio que havia sido observando o grupo em um casarão na rua que leva ao portão do rio se aproxima de Chi'lin e discretamente entrega um bilhete onde se lê: "Precisamos acabar com está opressão. F. Watchers".

Conhecendo um pouco mais sobre os "costumes" da cidade e a maneira de fazer justiça do Barão, Flint, Küntê e Chi'lin retornam para a estalagem. Lá encontram Balder, John e Haemus que contam sobre as descobertas que eles fizeram. A história coincidia com a de Bluto. Um homem de aparência nobre, cabelos cumpridos, belas roupas e boa conversa havia convencido o garoto a roubar os ossos e entregar para Henrik, o fazedor de caixões da cidade. O "convite" do Barão também é mencionado mas Balder ressalta:

- Não temos tempo a perder. A proteção da igreja e talvez até da própria cidade resta sobre estes ossos, precisamos recuperá-los o quanto antes.

Eles pegam orientações na estalagem e partem para a casa de Henrik. Flint acende uma tocha com certa dificuldade por causa da chuva que parece nunca dar trégua nesta terra terrível e diz:

- É melhor estarmos preparados para purificar as cosias com o fogo.

Chegando lá encontram uma loja muito pouco convidativa. Ele é de madeira, muito desgastada pelo tempo e em cima da porta a uma especie de placa, em formato de caixão. Todas as janelas estão fechadas com tábuas e um silêncio mortal envolve o estabelecimento. O paladino toma a frente a bate na porta. Após alguns ruídos de trancas a porta se abre parcialmente revelando o rosto de Henrik.

- Pois não, senhores, como posso ajudá-los? diz o vendedor de caixões.


- Gostaríamos de conversar com o senhor - diz John, mas talvez fosse melhor se pudêssemos sair da chuva.

- Claro, por favor, entrem. - ele diz olhando para Flint enquanto o soldado apagava sua tocha.

Ao entrarem eles estão em uma sala cumprida, com três bancadas de madeira com tudo que um carpinteiro precisa para poder trabalhar.

- Então você faz caixões? - Indaga, Balder.
- Ah sim, os melhores caixões de toda a Barovia, gostariam de vê-los?
- Claro. - Responde Balder enquanto eles e todos os outros desconfiados são levados para uma porta ao fundo e a direita. Ele abre revelando uma sala ampla, com diversos caixões de diversas madeiras e forração e o vendedor começa a falar sobre alguns que ele considera muito bons mas o paladino o interrompe de maneira abrupta e enérgica:

- Chega de enrolação, estamos aqui por causa dos ossos! Onde você o escondeu? diz o Paladino levantando a voz.

Flint ja vai em direção a uma das duas outras portas que existem nesta sala e a abre revelando uma mesa com quatro cadeiras e dois armários. O soldado vasculha tudo mas não encontra os ossos.

- Por favor, faça silêncio - diz Henrik
- Vamos, confesse! Diz energicamente o paladino.
Um ruído de madeira caindo ao chão é escutado no pavimento superior da casa.
- Por favor, não faça barulho. Eles estão aqui....
- Os ossos estão aqui? Aonde?
Mais um ruido de madeira pesada batendo contra o chão e mais outro....
- Lá em cima, mas eles estão sendo vigiados.
- Vigiados por quem?
- Vampiros... diz o homem encolhido e assustado. - um homem nobre e bem vestido me falou que eu precisava guardar estes ossos, que seria bom para os negócios e com a presença destas criaturas eu não tive como dizer não....

Mais três ruídos semelhantes são escutados, alarmando a todos. Balder sai de cima do homem e assume posição de batalha, a tensão é imensa. "O fogo irá purificar tudo" o Druida lembra as palavras de Flint e ateia fogo em um dos caixões.

- Não! - grita o grupo, mas já é tarde.  A madeira e a forração incendeiam rapidamente e a sala fechada começa a ficar esfumaçada.

Balder, como de costume, se posiciona a frente da porta que dá para a escada que sobre para o segundo andar e, com um aceno de cabeça todos ficam prontos para o pior.

Ele então abre a porta e da de cara com o primeiro vampiro que observa o paladino da beira da escada.




A batalha começa. O fogo e a fumaça se espalham. Logo de cara fica evidente para a grupo que dificilmente eles estão preparados para um combate assim. Em um local fechado, e com tantas criaturas destas. O ruído lá em cima denúncia que o grupo de vampiros é grande e que talvez a melhor maneira de sair desta enrascada seja fugir para reagrupar e é o que Flint e Balder apontam



- Retirada! -diz o Pladino ao perceber a presença de um segundo vampiro logo atrás do primeiro


- Não há vitória aqui, recuar! - acentua Flint.
- Corram, eu seguro eles! - grita Balder enquanto sobe alguns lances de escadas para rancar a passagem da aberração.

O primeiro vampiro cai com força em cima do paladino mas o escolhido de Bahamut vai se defendendo como pode.  O Segundo vampiro, uma fémea, de uma forma medonha caminha pelo teto da escada de forma sobrenatural e também parte cima do anão, enquanto um terceiro monstro dá as caras na beira da escada.


 - Sumam daqui, criaturas do mal, eu lhes ordeno em nome de Lathander! - diz John, invocando a benção do senhor da manhã. Os vampiros parecem consternados com o poder do clérigo e dois deles fogem da presença do homem da fé do amanhecer. Mas o primeiro que está em luta em corpo com Balder se mantem firme. E mais outro, aparentemente não afetado pelas preces do clérigo aparece correndo pelo teto para se juntar ao ataque contra o anão.


Ignorando o apelo de retirada Kunte mergulha para a escada apertada para combater o monstro de cabeça pra baixo enquanto os dardos de Flint passam raspando e acertando os vampiros em cheio. Assim como as magias de Chi'lin e Haemus. A luta esquenta e Kunte cai a primeira vez. É levantado pelas orações e benção de John e continua a batalhe extenuante até que um dardo certeiro  de Flint acerta um dos monstros no meio da testa e a fera cai. Outro servo de Strahd aparece na batalha tomando o lugar do vampiro caído e a esperança de vitória diminui assim como a capacidade de respirar toda aquela fumaça e suportar o calor das chamas que agora já tomam conta de boa parte da sala dos caixões.


Finalmente depois de muita energia gasta o grupo começa a recuar, primeiro para o corredor das bancadas de trabalho onde Haemus e Balder são feridos gravemente, assim como Küntê, posteriormente correndo para a porta da rua. com o fogo rugindo na parte posterior inteira da casa. E então algo inesperado acontece. Todos os vampiros "jorram" pela porta. Levam algumas pancadas de Haemus e Balder e John, que estavam tentado assegurar que os monstros queimassem com a casa, mas eles não foram capazes. O último monstro é visto pela primeira vez e o trio é encurralado e atacado sem piedade com garras e mordidas.


Os três caem ao chão diante de Chi'lin, Flint e Kunte. A chuva cai sobre seus corpos desfalecidos enquanto os 6 vampiros viram-se para os heróis restantes com expressões horripilantes e ruídos sibilantes e gorgolejantes como um grito de guerra vindo diretamente do inferno.

Correndo pela rua em direção ao incêndio vem Izek e sua guarda com lanças e machados nas mãos. Alguns moradores aparecem com baldes de água, provavelmente retirados da fonte da cidade, mas recuam em pânico derrubando os baldes ao avistarem as criaturas vis.

Neste momento uma forte neblina, que pressionava a cidade a dias, finalmente consegue transpor a paliçada e começa a envolver as ruas. O grosso nevoeiro começa a se concentrar na altura das canelas e a batalha está prestes a estourar.  A neblina se adensa no canto sul da cidade. Ratos começam a sair de todos os cantos e uma nuvem de morcegos sobrevoa o incêndio e faz um ataque com força em direção aos guardas e Izek.







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